7. Prevalência de hipertensão arterial sistólica em pacientes idosos praticantes de atividade física
Resumo
Objetivou-se neste trabalho avaliar a prevalência de hipertensão arterial sistólica em idosos praticantes de atividade física. Para tanto, foram observados 306 idosos praticantes de atividade física, mensurando-se a pressão arterial destes por três vezes, com intervalo de uma semana. Foram considerados hipertensos os idosos com Pressão Arterial Sistólica (PAS) média ≥ 140. Como resultado, constatou-se a prevalência de PAS em 19% dos participantes. Não houve diferença entre idosos diagnosticados com PAS isolada e Hipertensão Arterial Sistêmica (p = 0,76). Mulheres apresentaram PAS média (128 ± 10,58) menor que a dos homens (139 ± 12,72). Observou-se tendência (p = 0, 06) ao se relacionar raça a diferentes níveis de PAS. Verificou-se que os negros apresentaram PAS (132 ± 10,68) superior à dos brancos (128 ± 10, 75, p = 0,05). Do total, 66% declararam-se hipertensos e 76% estavam normotensos. Como conclusão, pode-se dizer que os idosos ativos têm prevalência de PAS (19%) menor do que o esperado (50%). Homens negros apresentaram níveis mais elevados de PAS, sugerindo o desenvolvimento de programas de atividade física adaptados a esse grupo.
Palavras-chave: Prevalência; Hipertensão; Idoso; Exercício.
Abstract: The objective of this study was to evaluate the prevalence of systolic arterial hypertension in elderly people who practice physical activity. For that, 306 elderly people practicing physical activity were observed, measuring their blood pressure three times, with an interval of one week. Elderly patients with mean systolic blood pressure (SBP) ≥ 140 were considered hypertensive. As a result, the prevalence of SBP was found in 19% of participants. There was no difference between the elderly diagnosed with isolated SBP and Systemic Arterial Hypertension (p = 0.76). Women had a mean SBP (128 ± 10.58) lower than that of men (139 ± 12.72). There was a tendency (p = 0.06) when relating race to different levels of SBP. It was found that blacks had SBP (132 ± 10.68) higher than that of whites (128 ± 10, 75, p = 0.05). Of the total, 66% declared themselves hypertensive and 76% were normotensive. In conclusion, it can be said that the active elderly has a prevalence of SBP (19%) lower than expected (50%). Black men had higher levels of PAS, suggesting the development of physical activity programs adapted to this group.
Key words: Prevalence; Hypertension; Aged; Exercise.
Downloads
Referências
ARONOW, W. S. et al. ACCF/AHA 2011 Expert Consensus Document on Hypertension in The Elderly: A Report of The American College of Cardiology Foundation Task Force on Clinical Expert Consensus Documents. J. Am. Coll. Cardiol., v. 123, n. 21, p. 2434-506, 25 abr. 2011.
AZEVEDO R. G.; PAZ, M. A. C. A prevalência de hipertensão arterial em idosos atendidos no centro de convivência para idosos em Cuiabá. Estud. Interdiscip. Envelhec., Porto Alegre, v. 9, p. 101-15, 2006.
BAER, W.; CAMPINO, A. C.; CAVALCANTI, T. Condições e política de saúde no Brasil: uma avaliação das últimas décadas. Econ. Aplic., São Paulo, v. 4, n.4, p. 763-85, 2000.
BARROSO, W. K. S. et al. Influência da atividade física programada na pressão arterial de idosos hipertensos sob tratamento não farmacológico. Rev. Assoc. Med. Bras., v. 54, n. 4, p. 328-33, 2008.
BONSO. E.; DORIGATTI, F.; PALATINI, P. Accuracy of the BP A100 Blood Pressure Measuring Device Coupled with a Single Cuff with Standard-Size Bladder Over a Wide Range of Arm Circumferences. Blood Press. Monit., v. 14, n. 5,
p. 216-19, 2009.
BURT, V. L. et al. Prevalence of Hypertension in The U.S. Adult Population: Results from The Third National Health and Nutrition Examination Survey, 1988-1991. Hypertension, v. 25, n. 3, p. 305-13, mar. 1995.
CARVALHO, C. J. et al. Altas taxas de sedentarismo e fatores de risco cardiovascular em pacientes com hipertensão arterial resistente. Medicina (Ribeirão Preto), v. 49, n. 2, p. 124-33, 2016.
CASPERSEN. C. J.; POWELL, K. E.; CHRISTENSON, G. M. Physical Activity, Exercise and Physical Fitness: Definitions and Distinctions for Health-Related Research. Public Health Rep, v. 100, n. 2, p. 126-31, 1985.
CHOBANIAN, A. V. Isolated Systolic Hypertension in the Elderly. N. Engl. J. Med.,
v. 357, n. 8, p. 789-96, 23 ago., 2007.
CHOBANIAN, A. V. et al. The Seventh Report of the Joint National Committee on Prevention, Detection, Evaluation, and Treatment of High Blood Pressure: the JNC 7 Report. JAMA, v. 289, n. 19, p. 2560-72, 21 mai. 2003.
LACKLAND, D. T. et al. Are Race Differences in the Prevalence of Hypertension Explained by Body Mass and Fat Distribution? A Survey in a Biracial Population. Int. J. Epidemiol., v. 21, n. 2, p. 236-45, abr. 1992.
LIBERMAN, A. Aspectos epidemiológicos e o impacto clínico da hipertensão no indivíduo idoso. Ver. Bras. Hipertens., v. 14, n. 1, p. 17-20, jan./mar. 2007.
MATSUDO, S. M. Atividade física na promoção da saúde e qualidade de vida no envelhecimento. Ver. Bras. Educ. Fís. Esporte, v. 20, n. 5, p. 135-37, 2006.
MENDIBURU, F. D. Agricolae: Statistical Procedures for Agricultural Research.
R Package Version 1.2-3. (2015) http://CRAN.R-project.org/package=agricolae
MENEZES, T. N. et al. Prevalência e controle da hipertensão arterial em idosos: um estudo populacional. Rev. Port. Saúde. Pública., Lisboa, v. 34, n. 2, p. 117-24,
jun., 2016.
MIRANZI, S. S. C. et al. Qualidade de vida de indivíduos com diabetes mellitus e hipertensão acompanhados por uma equipe de saúde da família. Texto Contexto Enferm., Florianópolis, v. 17, n. 4, p. 672-79, 2008.
NASRI, F. O envelhecimento populacional no Brasil. Einstein, v. 6, n. 1, p. 4-6, 2008.
NADRUZ, W. et al. Racial Disparities in Risks of Stroke. N. Engl. J. Med., v. 376,
n. 21, p. 2089-90, 2017.
NOGUEIRA, I. C. Efeitos do exercício físico no controle da hipertensão arterial em idosos: uma revisão sistemática. Rev. Bras. de Geriatr. e Gerontol., v. 15, n. 3,
p. 587-601, 2012.
PASSOS, V. M. A.; ASSIS, T. D.; BARRETO, S. M. Hipertensão arterial no Brasil: estimativa de prevalência a partir de estudos de base populacional. Epidemiol. Serv. Saúde, v. 15, n. 1, p. 35-45, 2006.
RAMACHANDRAN, S. V. et al. Impact of High-Normal Blood Pressure on The Risk of Cardiovascular Disease. N. Engl. J. Med., v. 345, n. 18, p. 1291-97, 01 nov. 2001.
RUSTING, R. L. Why Do We Age? Scientific American, v. 267, n. 6, p.130-41, 1992.
SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA. VII Diretriz brasileira de hipertensão arterial. Arq. Bras. Cardiol., v. 107, n. 3, Supl. 3, p. 1-83, set. 2016.
SOUSA, L. L. et al. Análise do perfil epidemiológico de idosos hipertensos cadastrados no programa hiperdia. Rev. Enferm. UFPE On Line, Recife, v. 10, Supl. 3, p. 1407-14, 2016.
SPRITZER, N. Epidemiologia da hipertensão arterial sistêmica. Simpósio: Hipertensão Arterial Capítulo III, Ribeirão Preto, v. 29, p. 199-213, abr. /set. 1996.
STOKES, J. et al. Bloodpressure as a Riskfactor for Cardiovascular Disease. The Framingham Study--30 Years of Follow-Up. Hypertension, v. 13, Supl. 5, p. 13-18, mai. 1989.
WICKHAM, H. Elegant Graphics for Data Analysis. Springer-Verlag New York, 2016.
WICKHAM, H.; FRANÇOIS, R.; HENRY, L.; MÜLLER. K. dplyr: A Grammar of Data Manipulation, 2019. http://dplyr.tidyverse.org, https://github.com/tidyverse/dplyr.
TESTON, E. F. et al. Fatores associados às doenças cardiovasculares em adultos. Medicina (Ribeirão Preto), v. 49, n. 2, p. 95-102, 2016.
ZAGO, A. S.; GOBBI, S. Valores normativos da aptidão funcional de mulheres de 60 a 70 anos. R. Bras. Ci. e Mov., v. 11, n. 2, p. 77-86, 2003.
ZAITUNE, M. P. do A. et al. Hipertensão arterial em idosos: prevalência, fatores associados e práticas de controle no Município de Campinas, São Paulo, Brasil. Cad. Saúde Pública, Rio Janeiro, v. 22, n. 2, p. 285-94, 2006.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Categorias
Licença
Copyright (c) 2020 Revista Científica UMC
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
A submissão de originais para a Revista Científica da UMC implica na transferência, pelos autores, dos direitos de publicação digital. Os direitos autorais referentes aos textos publicados são do autor, com direitos deste periódico sobre a primeira publicação.
Os autores somente podem utilizar os mesmos textos em outras publicações desde que indiquem claramente a Revista Científica da UMC como o meio de publicação original.
Uma vez que esta é um periódico de acesso aberto, é permitido o uso gratuito dos gêneros aqui publicados em aplicações educacionais, científicas, não comerciais, desde que citada a fonte.
Obs.: Veja a licença Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional no seguinte link: http://creativecommons.org/licenses/by/4.0/deed.pt_BR