5. A ocorrência de alexitimia entre pacientes renais em tratamento dialítico

Autores

  • José Maria Feliciano Silva IAMSPE
  • Débora Pastore Bassitt
  • Katia da Silva Wanderley

Resumo

A insuficiência renal crônica consiste na perda gradativa e progressiva das funções dos rins, o que pode repercutir em restrições e causar impacto psicossocial no indivíduo. A alexitimia é um constructo caracterizado pela dificuldade que o indivíduo apresenta em identificar e expressar a emoção. O presente estudo avaliou a presença de alexitimia no paciente com lesão renal crônica dialítica. E também analisou a adequação das suas respostas à TAS-20 para a população estudada. Trata-se de um estudo transversal de abordagem quantitativa, realizado no período de março a abril de 2012, com uma amostra com 20 pacientes de ambos os sexos atendidos em um serviço de diálise na cidade de São Paulo. A avaliação foi realizada com a versão em Português da Escala de Alexitimia de Toronto. O estudo mostrou que 45% dos indivíduos com escore ≥ 61 apresentam alexitimia e que o instrumento utilizado é adequado para a população pesquisada.

Palavras-chave: Alexitimia; Insuficiência Renal Crônica; Diálise; Distúrbios Emocionais.

 

Abstract: Chronic renal failure is the gradual and progressive loss of kidney function, which may be reflected in restrictions and psychosocial impact on the individual. The alexithymia construct is one characterized by difficulty the individual features to identify and express emotion. The present study evaluated the presence of alexithymia in patients with chronic renal lesion dialytic. And also reviewed the adequacy of their answers to the TAS-20 for the study population. This is a cross-sectional study of a quantitative approach, carried out in the period from March to April 2012, with a sample with 20 patients of both sexes met in a dialysis service in the city of São Paulo. The evaluation was carried out with the Portuguese version of the Toronto Alexithymia Scale. The study showed that 45% of individuals with score ≥ 61 feature alexithymia and the instrument used is suitable for the population under study.

Key words: Alexithymia; Chronic Kidney Failure; Dialysis; Emotional Disorders.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

José Maria Feliciano Silva, IAMSPE

Àrea da saúde, psicologia da saúde.

Referências

BAGBY, R.M; TAYLOR, G.J. e PARKER J.D. Reliability and Validity of the 20: Item Toronto Alexithymia-Scale. Pôster apresentado no Encontro do 50º Aniversário da American Psychosomatic Society. Nova York, NY,1992.

BASTOS, M.G e KIRSZTAJN, G.M. Doença renal crônica: importância do diagnóstico precoce, encaminhamento imediato e abordagem interdisciplinar estruturada para melhora do desfecho em pacientes ainda não submetidos à diálise. J. Bras. Nefrol., v. 33 n.1, p.93-108, 2011

CABRAL, G.G; MONICE, L.M; MACHADO, L.R.D; CALDEIRA L.M.N e SILVA, L.R; COUTO, H.A. Insuficiência renal aguda devido à rabdomiólise. Acta Biomedica Brasiliensia. Rio de Janeiro, v.3, n.2, p.42-47, 2012.

CASADO L.; VIANNA, L.M. e THULER, L.C.S. Fatores de risco para doenças crônicas não transmissíveis no Brasil: uma revisão sistemática. Revista Brasileira de Cancerologia. v.55, n.4, 2009.

DAMÁSIO, A. O mistério da consciência. Tradução: L. T. Mota. São Paulo: Cia. das Letras; 2007.

DINIZ, D.P.; ROMANO, B.W. e CANZIANI, M.E.F.; Dinâmica de personalidade de crianças e adolescentes portadores de insuficiência renal crônica submetidos à hemodiálise. Jornal Brasileiro de Nefrologia. v.28, n.1, p.31-38, 2006.

FAYER, A.A.M. Repercussões psicológicas da doença renal crônica: comparação entre pacientes que iniciam o tratamento hemodialítico após ou sem seguimento nefrológico prévio. 2010. Tese (Doutorado em Medicina) - Faculdade de Medicina, Universidade de São Paulo (USP), 2010. Disponível em: <http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5148/tde-20042010-100807/publico/AnaAmeliaMartinezFayer.pdf>.

FREUD, S. Três ensaios sobre a sexualidade. Obras completas de Freud, vol.7. Rio de Janeiro: Imago, 1905 vol.7.

FREUD, S. Sobre o conceito da introdução do narcisismo. v. XIV, 1989, p. 287.

FUKUNISHI, I. Psychosomatic Aspects of Patients on Hemodialysis. The relationship Between Quality of Life and Alexithymia. Psychother Psichosom. v.57, n.1-2, p.50-6, 1995.

LAZSLO, A.A; FILHO, G.M.A; GUIMARÃES, E.F.U; GONÇALVES, L.C.S; PASCHOALIN, P.N e ALEIXO, F.B. Caracterização dos padrões de dor, sono e alexitimia em pacientes com fibromialgia atendidos em um centro terciário brasileiro. Revista Brasileira de Reumatologia. São Paulo, v.54, n.5, 2014.

MARTY, P; M’UZAN, M. O pensamento operatório. Revista de Psicanálise. 1963.

NATIONAL KIDNEY FOUDATION. K/DOQI Clinical Practice Guidelines for Chronic Kidney Disease: Evaluation, Classification and Stratification. Am. J. Kidney Dis. 2002 v.39, n.2,s.1, p.266, 2002.

NEMIAH, J.E; SÍFNEOS, P.E. The Prevalence of Alexithymic: Characteristics in Psychosomatic Patients. Psychother Psichosom., v.22, p.255-62, 1973.

PEDINIELLI, J.L; ROUAN, G. Concept d’alexithymie et son interêt en psichosomatique. Encyclopedie Medico-Cirurgicale. n. 20, p.370-400,1998.

PREGNOLATTO, A.P.F. Alexitimia e aspectos psicopatologicos em pacientes com insuficiência renal crônica. São Paulo, 2005.

RIELLA, M.C. Princípios de nefrologia e distúrbios hidroeletrolíticos. 5ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 2010.

RUDNICKI, T. Preditores de qualidade de vida em pacientes renais crônicos. Estud. Psicol. Campinas, v.24, n.3, p.343-51, 2004.

RUDNICKI, T. Doença renal crônica: vivência do paciente em tratamento de hemodiálise. Porto Alegre, Contextos Clínicos, 2014.

SÍFNEOS, P. (1972). The prevalence of 'Alexithymic' Characteristics in Psychosomatic Patients. Psychother Psychosom. v.22, n.2, p.255-62, 1973. Disponível em: <http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/4770536>.

SOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA. Censo de Diálise SBN 2014 – Apresentação. Disponível em: . Acesso em: 10 out. 2015.

THEOFILOU, P. Depression and Anxiety in Patients With Chronic Renal Failure: The Effect of Sociodemographic Characteristics. Int. J. Nephrol. n.514070, 2011.

YOSHIDA, E M. P. (2000). Toronto Alexthymia Scale - TAS: Precisão e validade da versão em português. Psicologia: teoria e prática, v.2, n.1, p.59-74.

Downloads

Publicado

01-08-2017

Como Citar

Silva, J. M. F., Bassitt, D. P., & Wanderley, K. da S. (2017). 5. A ocorrência de alexitimia entre pacientes renais em tratamento dialítico. Revista Científica UMC, 2(2). Recuperado de https://seer.umc.br/index.php/revistaumc/article/view/148